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Mundo game: Como tornar o eSport mais diverso

A indústria dos jogos eletrônicos é uma das mais pujantes do mundo e aí reside a oportunidade dos nossos jovens negros virarem o jogo. Mas como enfrentar a restrição de acesso à tecnologia? A resposta está nas políticas públicas e na pressão que podemos fazer para que os nossos jovens ganhem visibilidade

Imagem mostra três gamers negros. Um menino e duas meninas.

Foto: Imagem: Reprodução

27 de dezembro de 2021

Você já parou para observar como os taxistas e, agora, os motoristas de aplicativos são bem-informados? Há alguns dias, o motorista que me levava para um evento, já atrasada, diga-se de passagem, começou um papo talvez para me tranquilizar. Ele acabara de deixar em casa um rapaz que lhe contou ser “jogador”. O inusitado é que ele estava chateado, porque perguntara ao garoto se ele era jogador de futebol e a resposta foi negativa. O adolescente era um “eSporter”, um atleta digital em plena ascensão e muito orgulhoso de seus ganhos financeiros.

Falamos, então, sobre o conceito. Os Esportes Eletrônicos ou apenas eSports, como é mundialmente conhecido, vêm dominando o mundo gamer e tecnológico. Numa definição simples, os eSports giram em torno de competições de jogos eletrônicos em que atletas profissionais disputam partidas presenciais ou online. Na maioria delas, os espectadores estão presentes no local do evento ou em plataformas de streaming.

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Do ponto de vista da nossa comunidade negra, o acesso ao eSport é comum e conhecido: faltam recursos. O atleta digital precisa de, no mínimo, um PC Gamer e uma conexão à internet de qualidade irreparável. Além do tempo, obviamente o que falta aos nossos jovens obrigados a ingressarem tão cedo no mercado de trabalho.

Durante a minha conversa com o motorista de aplicativo localizei um estudo publicado pelo ge, antigo Globo Esportes, segundo o qual em 2019, antes da pandemia, a indústria de eSports teve um faturamento de US$ 957,5 milhões. Uma outra pesquisa indicava que o segmento de Jogos Digitais movimentou mais de R$ 12,5 bilhões no Brasil em 2021, com público gamer estimado em 67 milhões de pessoas. Até 2025, a expectativa é que a área movimente mais de US$ 200 bilhões ao redor do mundo.

A indústria dos jogos eletrônicos é uma das mais pujantes do mundo e aí reside a oportunidade dos nossos jovens negros virarem o jogo. Mas como enfrentar a restrição de acesso à tecnologia? A resposta está nas políticas públicas e na pressão que podemos fazer para que os nossos jovens ganhem visibilidade.

Não é fácil, já há relatos de racismo também nesta área, mas, como já disse anteriormente, é um caminho estratégico. O governo federal, por exemplo, aposta várias fichas na tecnologia 5G como ferramenta principal de popularização dos links de internet de alta velocidade, já que a contrapartida dos vencedores do leilão é levar tecnologia 4G às localidades que ainda não têm, atendendo escolas, postos de saúde e regiões onde o serviço é precário ou inexistente.

O governo de São Paulo, por exemplo, lançou em novembro o programa GameSP, para estimular jovens da rede pública estadual de ensino a participar do eSports. A iniciativa terá investimento de R$ 20 milhões. O GameSP terá fomento de eSports, com realização de campeonato voltado para alunos da rede pública estadual de ensino entre fevereiro e maio de 2022, dividido em quatro modalidades: Free Fire, Fifa, Just Dance e Valorant. Serão realizadas seletivas online e uma final presencial, no Ginásio do Ibirapuera.

Também haverá Incentivo ao empreendedorismo, fortalecimento da indústria de games e mobilização, além de eventos de games e programação. Ficam aqui os desafios de cobrarmos o poder público para que as políticas de popularização da tecnologia realmente saiam do papel e que os programas de incentivo e popularização da nossa gente sejam sérios e de longo alcance. O eSport é uma das ferramentas estratégicas para chegarmos ao projeto de Nação Conectada.

Fica a dica: Negócios liderados por pessoas negras recebem consultoria da SAP

Jackeline Carvalho é fundadora e Publisher do Portal de Notícias IPNews, é formada em Jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), possui especialização em Jornalismo Internacional pela PUCSP e em Jornalismo Econômico pela FEA-USP/Sindicado dos Jornalistas. Jackeline faz cobertura de eventos nacionais e internacionais de tecnologia e é apresentadora de eventos.

Este conteúdo não reflete, necessariamente, a opinião da Alma Preta Jornalismo.

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