Preocupação da organização é de que a realidade no Brasil seja a mesma de países como os Estados Unidos, onde os negros são os mais atingidos pela pandemia
Texto: Redação | Edição: Simone Freire | Imagem: Amanda Perobelli
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A Coalizão Negra Por Direitos, organização com 150 entidades do movimento negro de todo o país, cobrou do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais da Saúde a divulgação dos dados étnico raciais, de gênero e territoriais dos casos de infecção e de mortes decorrentes do Covid-19, o novo coronavírus.
Apesar de 55,8% da população brasileira se autodeclarar como negra, de acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não há informações da pandemia com o recorte racial. Até a manhã desta quinta-feira (9) foram contabilizados pelos órgãos oficiais 16.474 casos confirmados da doença, com 840 mortes.
O pedido realizado pela Coalizão, respaldado pela Lei de Acesso à Informação (LAI) de 2011, é baseado na realidade de outros países, principalmente os Estados Unidos, onde a população negra é a mais atingida pelo Covid-19. Segundo a organização, o cenário brasileiro deve ser o mesmo do país norte-americano, uma vez que a população negra e moradora das periferias é a que menos possui acesso à saúde de qualidade.
No documento enviado ao Ministério da Saúde e às secretariais estaduais, a Coalizão pede o número de infectados e de mortos nos parâmetros étnico raciais e de gênero durante fevereiro, março e abril. A organização também pede informações sobre o estado de São Paulo, onde se concentra a maioria dos casos do novo coronavírus, com o recorte de cidades e bairros.
Em razão da subnotificação dos casos confirmados da doença no país, a Coalizão pede ainda informações detalhadas sobre os casos suspeitos. No caso de São Paulo, por exemplo, o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, já admitiu que os pacientes que não ficam internados nas unidades de saúde não são contabilizados no balanço diário de casos confirmados divulgado pela pasta.