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Após terreiro ser depredado, ato denuncia racismo religioso no Pará

O ato visa chamar atenção para um ataque ocorrido no início de dezembro a um terreiro de umbanda, onde imagens de entidades foram vandalizadas e um muro derrubado
Imagem mostra muro do terreiro derrubado após crime.

Foto: Ascom/Agência Distrital de Mosqueiro

15 de dezembro de 2023

Afro-religiosos da ilha de Mosqueiro, distrito de Belém (PA), planejam um ato público para denunciar e pedir providências contra os crimes de intolerância e racismo religioso praticados contra os espaços de funcionamento das religiões afro-brasileiras e de matriz africana. A manifestação está marcada para a sexta-feira (15), na Praça Matriz, a partir das 17h. 

O ato visa chamar atenção para um caso de racismo religioso ocorrido na madrugada de 3 de dezembro no torreiro de umbanda Morada de Marabô, localizado em Castanhalzinho do Mari-Mari, área rural de Mosqueiro. Criminosos quebraram duas imagens de entidades da religião afro-brasileira e derrubaram um muro do espaço.

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Para mãe Ângela Cezar, zeladora do espaço, o ataque é um exemplo de intolerância religiosa. “Os povos de terreiro estão denunciando e querendo providências porque a impunidade pode gerar outros ataques iguais a esse aqui em Mosqueiro”, destacou. “Isso é um crime, pois nossa prática religiosa é para fazer o bem e a caridade”, completou.

Crime é investigado como racismo religioso

O caso foi registrado no dia seguinte ao ataque, 4 de dezembro, na Delegacia de Combate aos Crimes Discriminatórios e Homofóbicos, com sede em Belém, e tramitou para a Seccional Urbana de Mosqueiro. Até o momento ninguém foi preso.

De acordo com advogado Pedro Cavalero, diretor de Igualdade Racial da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), o caso é investigado como um crime de racismo religioso, mediante a conduta do agressor, que, segundo a investigação, pode ter utilizado um machado ou outra ferramenta de igual tamanho para desferir os golpes contra as imagens.

Imagem mostra a mãe de santo junto à imagem depredada.
Mãe Ângela mostra estátua vandalizada no terreiro de umbanda. Foto: Ascom/Agência Distrital de
Mosqueiro

O advogado disse ainda que já foram tomadas medidas de acompanhamento das vítimas e solicitação de policiamento ostensivo para área rural de Mosqueiro, assim como uma reunião com delegado-geral de Polícia Civil do Pará, Walter Rezende.

“Estamos atuando em parceria com a Prefeitura de Belém, visando combater qualquer tipo de racismo religioso e estamos firmes acompanhando as investigações, na busca da identificação e depoimento dos suspeitos”, enfatizou o diretor de Igualdade Racial da Seirdh.

Serviço

Quando: sexta-feira, 15 de dezembro, às 17h

Onde: Praça Matriz, no centro de Mosqueiro, distrito de Belém (PA)

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  • Fernando Assunção

    Atua como repórter no Alma Preta Jornalismo e escreve sobre meio ambiente, cultura, violações a direitos humanos e comunidades tradicionais. Já atua em redações jornalísticas há mais de três anos e integrou a comunicação de festivais como Psica, Exú e Afromap.

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