Um publicitário negro, de 30 anos, sofreu agressão e denuncia ter sido vítima de racismo por seguranças durante o Festival de Verão Salvador, ocorrido no último domingo (28), após ser acusado de furtar celulares em um camarote do evento.
Em um vídeo publicado nas redes sociais, o produtor cultural Roberto Junior conta que a agressão começou depois que ele foi ao banheiro do camarote e, ao sair, foi encurralado por seguranças da empresa de segurança Prestserv, contratada pelo evento.
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Mesmo após negar que tenha cometido o crime, ele tentou pegar o celular para registrar a situação, mas foi agredido com xingamentos, tapas, socos e golpes de mata-leão pelos seguranças. Durante as agressões, ele conta que se defecou, teve as roupas rasgadas e um relógio quebrado.
“Eles me encurralaram e me acusaram de estar roubando celulares dentro do camarote e disseram que receberam denúncia e nisso eu fui apalpado e pego para ver se localizavam algum celular”, relata o jovem, que também é fundador da Orgulho Rubro Negro, torcida LGBTQIAP+ do Esporte Clube Vitória.
Para o publicitário, a agressão foi um “filme de terror” que ele considera como racismo. “O que eu vivenciei, esse caso de racismo, eu não desejo a ninguém. Eu não quero que ninguém passe por isso e ainda mais em uma cidade que eu amo tanto. Não esperava vivenciar isso em um camarote, que é uma pseudo segurança que eu achava que tinha”, desabafa o publicitário nas redes sociais.
Com a situação, o publicitário também abriu um boletim de ocorrência na segunda-feira (29). A Alma Preta Jornalismo teve acesso ao documento, registrado na 12ª Delegacia Territorial em Itapuã, bairro de Salvador.
Em nota enviada à reportagem, a Polícia Civil informou que “Diligências estão sendo realizadas para apurar as circunstâncias da ocorrência, imagens de câmera de segurança foram solicitadas para melhor esclarecimento dos fatos. Guias periciais foram expedidas”.
Posicionamento
Em nota, a Bahia Eventos, responsável pela assessoria do Festival de Verão Salvador, lamentou o ocorrido e disse que o caso está em apuração pela empresa e pela polícia.
“Assim que comunicada, a organização do festival adotou todas as providências para a prestação de assistência à vítima, assegurando atendimento médico imediato, registro da ocorrência na delegacia montada dentro do evento e condução até a sua residência”, informa um trecho da nota.
Além disso, disse que está empenhada na resolução do caso e na identificação dos agressores. “A Bahia Eventos lamenta o ocorrido, se solidariza com a vítima e, desde já, manifesta que repudia todo e qualquer ato de violência, racismo e discriminação”, finaliza a empresa.
A reportagem também buscou contato com a PrestServ Bahia, empresa contratada para fazer a segurança do evento. Até a publicação deste texto não houve resposta. O espaço segue aberto.