A quarta edição do Ciclo Afro ocorrerá em setembro de 2025, na cidade de Luanda, capital de Angola. O evento será sediado pelo Instituto Guimarães Rosa e reunirá intelectuais e pesquisadores negros de países africanos, latino-americanos e caribenhos.
Em entrevista à Alma Preta, um dos idealizadores do Ciclo Afro, Marcos Ramos, disse acreditar na importância do encontro e na possibilidade de diálogos a serem construídos.
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“A expectativa de fazer o Ciclo Afro em Angola é enorme, no sentido de que a gente vai poder reunir, em Angola, intelectuais, artistas, lideranças religiosas brasileiras, colombianas, caribenhas, mas também africanas. A gente vai ter participantes de Cabo Verde, Moçambique, Angola. Vai ser um grande evento sobre as diásporas africanas”, afirma.
Essa será a quarta edição do Ciclo Afro, que teve uma primeira edição virtual, durante a pandemia da Covid-19, uma segunda edição no Brasil, em Santo Amaro (BA), no Recôncavo Baiano, e a terceira neste ano, na Colômbia, durante a Feira do Livro de Bogotá (FILBo).
Na capital colombiana, o evento reuniu pensadores dos dois países, que falaram sobre as conexões afro-diaspóricas e as experiências compartilhadas de lutas e pensamento entre os dois países. Para Marcos Ramos, a proposta é de que os colombianos façam parte do grupo presente em Angola.
“O grande conceito é que possamos caminhar com as pessoas. Chegamos aqui e encontramos os colombianos e que eles possam ir conosco para Angola. É uma ideia de malungos, de irmãos na diáspora e a gente vai encontrando essas pessoas e vamos ampliando a rede de pessoas”, disse.
O desejo de ir para Luanda remonta a uma comitiva brasileira que foi ao país, em 1980, como parte do Projeto Kalunga. Naquele ano, um grupo de mais de 60 brasileiros — entre eles figuras como Chico Buarque, Dorival Caymmi, Clara Nunes, Dona Ivone Lara — foi a Angola com o intuito de construir aproximações com o Brasil. Marcos Ramos acredita que esse é um momento de retornar ao país africano, também como forma de recordar esse movimento do passado.
“Esse momento presta certo tributo, uma certa homenagem a esse momento que ocorreu. É uma forma de voltar a esse momento e reatar laços entre intelectuais brasileiros e colombianos com Angola”, concluiu.