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Rio de Janeiro registra 11 mortes por ‘balas perdidas’ desde o início do ano

Levantamentos apontam que a maioria dos incidentes ocorre em comunidades vulneráveis, onde confrontos entre criminosos e forças de segurança continuam colocando civis em risco
Imagem de projéteis de arma jogados ao chão. Um estudo revelou que, desde o início do ano, o Rio de Janeiro já registrou 11 mortes por 'balas perdidas'. A maioria das vítimas são pessoas moradoras de comunidades vulneráveis.

Imagem de projéteis de arma jogados ao chão. Um estudo revelou que, desde o início do ano, o Rio de Janeiro já registrou 11 mortes por 'balas perdidas'. A maioria das vítimas são pessoas moradoras de comunidades vulneráveis.

— Reprodução/Agência Brasil

29 de janeiro de 2025

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro registrou, desde o início do ano, 11 mortes e 17 feridos por balas perdidas, segundo um levantamento do Instituto Fogo Cruzado e um estudo recente do telejornal RJ2, da TV Globo. Os dados revelam que a maior parte das vítimas foi atingida durante confrontos armados entre criminosos e forças policiais e causaram impacto diretamente sobre as comunidades mais vulneráveis.

O primeiro caso ocorreu em 1º de janeiro, em Duque de Caxias, quando Fernando Oliveira de Lima, 65 anos, foi baleado na cabeça durante um ataque de criminosos contra viaturas da Polícia Militar.  Já no dia 8 de janeiro, João Vitor Mendes Araújo, de 20 anos, morreu ao ser atingido no peito enquanto conversava com amigos na Vila Kennedy.

No dia 11, Daniel Vitório Nascimento Moreira foi morto durante um confronto no Complexo da Pedreira. No dia 16, Nicole Moraes da Silva, de apenas 12 anos, morreu atingida por um disparo na comunidade Buraco Quente, em São João de Meriti. Sua mãe, Claudia Moraes, de 42 anos, também foi baleada na perna, mas sobreviveu.

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Outro jovem vitimado foi Cauã Francisco Alves da Cruz, de 16 anos, que trabalhava como entregador em Caxias e morreu após ser baleado no dia 21 de janeiro. No dia 24, durante operações policiais nos Complexos do Alemão e da Penha, mais três pessoas perderam a vida: Carlos André Vasconcelos, de 35 anos, Geraldo Carlos dos Reis, de 67 anos, e Antonio Julio Claudio, de 53 anos.

Criança baleada enquanto dormia no colo da mãe

Um dos casos mais repercutidos envolveu Mirella Pinho Francisconi, uma menina de dois anos baleada na cabeça enquanto dormia no colo da mãe ao voltar da praia. O incidente ocorreu durante uma tentativa de assalto que resultou em troca de tiros na Zona Norte do Rio. Mirella segue internada em estado grave no Hospital Souza Aguiar.

Na madrugada do dia 27, Rosilda da Silva Santos de Araújo, de 47 anos, morreu ao ser atingida na cabeça enquanto observava um barulho do lado de fora de sua casa na favela do Dique, no Jardim América. No dia 28, um morador da comunidade Morar Carioca foi baleado durante um confronto entre policiais e traficantes após um delegado se perder na região.


Carlos Nhanga, coordenador do Instituto Fogo Cruzado, destacou que as balas perdidas atingem, em sua maioria, moradores de comunidades periféricas e negras, o que expõe a fragilidade da população em territórios marcados pela presença do Estado e do crime organizado.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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