O partido político Unidade Popular (UP) decidiu concorrer com um candidato próprio para a eleição presidencial em 2022. O escolhido foi o mineiro Leonardo Péricles Vieira Roque, 40 anos, conhecido como Leo Péricles.
Fundada em junho de 2016 e com o registro oficializado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2019, a legenda Unidade Popular é um partido socialista. Entre outubro de 2016 e setembro de 2018, os militantes da UP conseguiram coletar 1,2 milhão de assinaturas de eleitores para a criação da legenda.
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O lançamento da pré-candidatura aconteceu no dia 14 de novembro, durante o 2º congresso nacional do partido, realizado em São Paulo com 200 delegados, que representavam 20 estados. “Somos de uma posição de esquerda que, consequentemente, não abre mão dos interesses da classe trabalhadora e do nosso povo pobre, negro e das periferias”, diz Péricles.
Filho da dona de casa Lurdes Rosário e do pintor de carros Chico Preto, ele nasceu em Belo Horizonte (MG), mas cresceu na periferia de Contagem (MG). Péricles começou a militância no movimento estudantil, em 2000. A partir de 2012, passou a atuar nos movimentos populares de periferia e ocupação urbana e é coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), além de presidente da UP.
Entre as principais diretrizes de governo da UP, estão: a reforma agrária, a reforma urbana, a identificação dos torturadores desde a ditadura até os dias atuais, a retomada das estatais privatizadas, a auditoria da dívida pública, a promoção da educação antirracista e a revogação das reformas previdenciária e trabalhista.
“Queremos cotas em todos os âmbitos do governo federal e combater o racismo nas estruturas institucionais, em especial no Poder Executivo, será uma tarefa central. As portas estarão permanentemente abertas para o povo negro e originário, vamos fazer a demarcação e a posse das terras quilombolas e indígenas”, promete Péricles, que pretende também apresentar um projeto de reversão do encarceramento em massa, a partir de um processo de transição de justiça no Brasil, desde os crimes cometidos na ditadura militar.
“A impunidade dos crimes cometidos no passado leva à impunidade no presente. Hoje, a violência do Estado se dá contra a juventude pobre e negra”, afirma o pré-candidato, que em 2005, iniciou o curso de biblioteconomia, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mas não concluiu.
Em 2019, Péricles compôs a chapa coligada com o PCB e PSOL para a prefeitura de Belo Horizonte e conseguiram 100 mil votos, ficando em 4º lugar. Ele concorreu como vice da Áurea Carolina (PSOL) contra outras 14 candidaturas.
O pré-candidato da UP resume o programa do partido para a corrida eleitoral do ano que vem em três frentes: antirracista, antifascista e anticapitalista. A campanha será focada na mobilização popular, em sindicatos, nas lutas sociais, nas manifestações e ocupações, para divulgar as ideias de reformas estruturais.
“Precisamos reverter a atual política econômica, que é neoliberal, e iniciar uma economia popular. Vamos taxar as grandes fortunas e gerar soluções para chagas sociais nas áreas da saúde e da educação. Queremos também a redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Vamos romper com a conciliação com os opressores”, defende Péricles.
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