A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) suspendeu as sanções financeiras contra Guiné e Mali. A decisão foi tomada após o bloco cancelar a maior parte das restrições contra o Níger.
As sanções foram impostas em resposta a golpes militares ocorridos nos países entre 2020 e 2023. A CEDEAO informou que revogou as restrições financeiras e econômicas contra Guiné e encerrou as restrições ao recrutamento de malianos para cargos profissionais nas instituições do bloco.
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Embora as medidas tenham sido decididas durante a conferência de emergência realizada no sábado (24), elas não foram mencionadas durante o discurso de encerramento do chefe da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray. No entanto, aparecem na declaração final do bloco.
A CEDEAO havia suspendido todos os três países afetados – Guiné, Mali e Burkina Faso – da adesão ao bloco devido aos golpes militares. No caso da Guiné, as sanções foram aplicadas após o coronel Mamady Doumbouya depor o presidente Alpha Conde em 2021. No Mali, as sanções foram levantadas em 2022, após os militares anunciarem um cronograma para o retorno ao regime civil, apesar dos golpes de estado em 2020 e 2021.
No sábado, o bloco também levantou medidas como zona de exclusão aérea, fechamento de fronteiras e congelamento de bens contra o Níger por “motivos humanitários”, após o golpe que derrubou o líder eleito Mohamed Bazoum no ano passado. No entanto, as sanções políticas e individuais permanecem em vigor.
A decisão da CEDEAO, segundo a Agence France-Presse (AFP) reflete um desejo de renovar o diálogo com os regimes militares dentro do bloco, especialmente após Mali, Níger e Burkina Faso manifestarem intenção de deixar a organização. Os três países formaram uma aliança, romperam laços com a França e estreitaram relações com a Rússia, buscando maior influência na região.
O presidente nigeriano, Bola Ahmed Tinubu, que atualmente preside a CEDEAO, destacou a necessidade de reavaliar a abordagem em relação à busca pela ordem constitucional nos estados membros afetados.