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Em Brasília, Festa das Yabás celebra o feminino nas culturas de terreiro

Festejo anual promovido pelo Instituto Rosa dos Ventos homenageia entidades ancestrais femininas na Praça dos Orixás

Mãe de Santo, representante das culturas de matriz africana, em Festa das Yabás

Foto: Imagem: Rosa dos Ventos/Divulgação

14 de dezembro de 2021

A Festa das Yabás, que promove honrarias ao feminino nas culturas tradicionais de terreiro, acontece no dia 18 de dezembro, a partir das 8h, na Praça dos Orixás, localizada no Setor de Clubes Esportivos Sul, em Brasília (DF).

O festejo traz a história e homenageia as entidades Iansã, a deusa dos raios, das chuvas e das tempestades; Oxum, a dona das águas doces; Nanã, senhora das águas paradas e do barro; Ewá, guerreira e valente caçadora das matas; Obá, representante das águas revoltas dos rios e Iemanjá, rainha dos mares.

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O evento faz parte do calendário anual de ocupação da Praça dos Orixás. Há razões relativas à simbologia ancestral, mas também de cunho político-social para que a festa aconteça naquele local.

“A praça é um ponto cultural que, ainda hoje, sofre com atos depredatórios de racismo e de discriminação religiosa. Daí, a importância de promovê-lo, bem como de trabalhar em sua preservação e restauração” conta Stéffanie Oliveira, presidente da Rosa dos Ventos, instituto que pesquisa e fomenta a cultura afro-brasileira na capital federal. 

Desde o último ataque, em agosto, a imagem de Ogum ainda não foi reconstruída. A Inauguração do espaço, com 16 orixás, ocorreu em 2000. Desde então, ataques às figuras são comuns. No ano-novo de 2015, vândalos incendiaram imagem de Oxalá. 

De acordo com a organização, a Festa das Yabás também é um espaço propício para enaltecer a importância da mulher. A proposta visa movimentar o cenário das tradições ancestrais em Brasília, oriundas da diáspora africana, apresentando saberes que bebem dessa fonte. 

“Trata-se de espaço de convergência da identidade cultural brasileira, cuja importância já foi reconhecida pelo título de Patrimônio Imaterial do Distrito Federal”, explica Stéffanie.

A celebração acontece com uma programação cultural diversificada e aberta ao público. Na ocasião, haverá shows, feiras e oficinas. Apresentações de Teresa Lopes, Orquestra Alada Trovão da Mata, Bando Matilha; Roda de Samba, Rodas das Nações Ketu, Jeje, Nagô, Angola, Umbanda e Tereco; Oferendas para Preservação Ambiental; Feira Gastronômica; Feira de Artesanato Afro e Espaço Erê com programação cultural infantil.

Mãe Rubia de Oxum, yakekere do Ilê Axé Oyá Bagan, revela sua alegria diante da riqueza do projeto. “Fico feliz em participar dessa festa. É um evento realmente poderoso, pleno de axé e energia feminina transformadora. Nós ajudamos a combater a intolerância religiosa e preservar essas culturas”.

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