Um homem negro foi algemado a moto de um policial militar de São Paulo após uma suposta prisão por roubo na tarde da terça-feira (30). Em um vídeo, que circula pelas redes sociais, é possível ver o momento em que o rapaz algemado corre atrás da moto para tentar acompanhar o policial, que chega a acelerar a motocicleta.
A cena aconteceu na avenida Inácio Anhaia Melo, na Zona Leste de São Paulo. Na gravação, a pessoa que flagrou o momento ri da situação e dispara: “Olha, algemou e está andando igual a um escravo. Vai roubar mais agora?”
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Nas redes sociais, as imagens chocaram os internautas anônimos e famosos, que questionaram o tratamento dado pela PM a jovens negros e cobraram posicionamento do governador João Dória, que até o momento não se manifestou.
“Um absurdo”, escreveu a cantora baiana Margareth Menezes; “Parece cena do século XIX para trás”; “A própria polícia julga e dá a sentença, assim é o Brasil”; “Volto eu aqui com o mesmo comentário de sempre: pq não faz isso com morador de Alphaville?? A polícia é cruel só para preto e pobre”; foram alguns dos comentários feitos pelos internautas.
Em nota enviada à Alma Preta Jornalismo, a PM de São Paulo informou que o homem que aparece algemado tentou fugir em uma moto após furar um bloqueio da operação “Cavalo de Aço” e passou a ser perseguido . Segundo a PM, ele teria se livrado de uma bolsa com 12 tijolos de maconha que portava, jogando-a na rua. Momentos depois, o rapaz colidiu a moto em uma viatura do SAMU, tentou fugir a pé e foi preso.
Ainda conforme a Polícia, a PM “conduziu o suspeito como mostrado nas imagens para próximo da motocicleta colidida, pois teve a preocupação de que alguma pessoa pudesse roubar o veículo que estava na via pública”.
A PM disse também que logo após tomar conhecimento das imagens, determinou a instauração de um inquérito para apurar a conduta do policial e o seu afastamento e concluiu dizendo que repudia a forma como o homem foi conduzido.
Leia também:Homenagens e protestos marcam os dois anos do Massacre de Paraisópolis
