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Manual de redação da Alma Preta é traduzido para o espanhol em parceria com a Fundação Gabo

Tradução voltada aos países da América Latina está disponível gratuitamente para download.
Manual de redação antirracista da Alma Preta traduzido para o espanhol em parceria com a Fundação Gabo

Foto: Divulgação

9 de abril de 2024

No cenário ibero-americano atual, marcado por profundas desigualdades sociais e uma luta persistente contra o racismo estrutural, o jornalismo enfrenta o desafio de construir narrativas que não apenas informem, mas também transformem e sensibilizem as sociedades.

Neste contexto, a Fundação Gabo apresenta a tradução para o espanhol do “Manual de Redação: jornalismo antirracista a partir da experiência da Alma Preta”, publicado originalmente em português pela Alma Preta, e construída a partir de um esforço colaborativo, que busca dotar jornalistas e meios de comunicação da região com as ferramentas necessárias para fazer coberturas informativas a partir de uma perspectiva antirracista.

O lançamento deste manual e sua disponibilidade gratuita é uma iniciativa que responde à necessidade urgente de um jornalismo que ecoe a diversidade e a complexidade de nossas sociedades. Em uma região caracterizada por sua riqueza multiétnica e multirracial, a obra é essencial para compreender e abordar as dinâmicas de discriminação e exclusão que afetam as comunidades racializadas, e também para conhecer algumas das estratégias concretas que podem ser aplicadas para promover a inclusão e o respeito por meio das narrativas midiáticas.

Pedro Borges, editor-chefe da Alma Preta, destacou que a tradução do manual para o espanhol é um motivo de grande alegria para ele e sua equipe. “É uma demonstração de que o idioma não é uma barreira suficientemente grande para nos isolar, especialmente em um tema cada vez mais urgente como é a luta contra o racismo”, afirmou o jornalista brasileiro, que além disso menciona que “a expectativa é que este material chegue a todos os jornalistas interessados ​​em construir uma prática profissional comprometida com o antirracismo”.

Esse documento é o resultado de um extenso trabalho de pesquisa e reflexão por parte de destacados acadêmicos e investigadores, que trabalharam sob a orientação da historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto e dos jornalistas Juarez Tadeu de Paula Xavier e Pedro Borges. A equipe conseguiu compilar não apenas uma série de recomendações práticas para o exercício do jornalismo, mas também um marco teórico que sublinha a importância do antirracismo como princípio ético fundamental na construção das notícias.

O Manual de Redação da Alma Preta desafia o status quo e insta os meios de comunicação a reconsiderar suas práticas habituais e a adotar um enfoque que priorize a equidade e a justiça social. Desde o tratamento das fontes até o uso da linguagem e a seleção de imagens, cada recomendação está desenhada para evitar a perpetuação de estereótipos e preconceitos raciais para em seu lugar promover uma representação justa e digna de todas as pessoas.

Uma das contribuições mais significativas deste trabalho é a ênfase na importância de uma cobertura informativa que vá além da mera denúncia de atos de discriminação, pois defende um jornalismo que, além de visibilizar as injustiças, seja capaz de gerar empatia e compreensão, e que impulsione o debate público na direção do reconhecimento e a valorização da diversidade cultural como um tesouro coletivo.

O manual se converte então em um recurso imprescindível, não só para jornalistas e estudantes de jornalismo, mas para todos aqueles que, em diferentes âmbitos profissionais e sociais, buscam compreender e atuar sobre as realidades complexas de nossas sociedades. Seu enfoque inovador e comprometido oferece uma nova ótica para abordar e narrar as histórias de comunidades que historicamente foram marginalizadas ou mal representadas nos meios de comunicação.

Ao facilitar o acesso a este manual de forma gratuita, Alma Preta e a Fundação Gabo não apenas buscam democratizar o conhecimento, mas também fortalecer os alicerces de um jornalismo mais inclusivo e responsável, assim como fazer um convite aos meios de comunicação e aos jornalistas de toda Ibero-América para ser parte de uma mudança que nos permita repensar nosso papel na sociedade e avançar na direção de um jornalismo que dignifique, que eduque na diversidade e que promova um diálogo respeitoso.

Baixe gratuitamente o manual traduzido para o espanhol.

A versão em português pode ser encontrada aqui.

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