Deputada estadual e candidata à prefeita do Rio de Janeiro foi a segunda convidada do Encontro com Prefeitáveis, realizado pelo Giro 2020
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Mayara Donaria
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A deputada estadual e candidata à prefeitura do Rio de Janeiro, Renata Souza (PSOL), foi a segunda convidada da série “Encontro com Prefeitáveis”, organizada pela iniciativa Giro 2020. No encontro realizado na quarta-feira (14), ela lembrou o marco de 31 meses do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco.
“Eu não posso deixar de fazer um registro que hoje é um dia simbólico que marca mais um mês em que estamos sem resposta. A gente sabe que nós, mulheres pretas, sofremos processos de violência política. Hoje é mais um 14 em que questionamos quem mandou matar a Marielle”, afirmou.
Assim como Benedita da Silva (PT), Renata assumiu compromisso com uma agenda de práticas e pautas antirracistas, feministas e populares a partir do legado de Marielle para as eleições deste ano.
Se eleita, a candidata prometeu durante o encontro que vai implantar um pacto pela equidade de gênero e raça na cidade. Com esse programa, Renata quer que a população negra passe a ter a possibilidade de ser reconhecida enquanto um sujeito político também no seu trabalho e cargos de poder. “Esse é um compromisso também para os demais cargos da prefeitura e empresas privadas. Vamos trazer a possibilidade, inclusive, de instauração de incentivos fiscais para aquelas que se comprometerem com o pacto”, explicou.
No debate, a prefeitável também pontuou a necessidade de planejar o Rio enquanto uma capital metropolitana, e que esse pensamento precisa estar presente também na construção do plano diretor. Para Renata, a cidade precisa ainda de um governo participativo para o enfrentamento das desigualdades.
“A participação popular vai ser o nosso método para conduzir a política municipal. Nós sabemos que a desigualdade social foi estruturada como uma verdadeira política pública, por isso essa pauta está presente em todos as áreas do nosso plano de governo. Queremos que nossas propostas tenham a cara do povo e que tragam a experiência concreta da população da nossa cidade. Em uma lógica democrática de cidade, a população não é chamada só para aplaudir e sim participar efetivamente da política” enfatizou.
Ao ser questionada sobre juventude, educação e cultura, a deputada relembrou a própria trajetória. Estudante do CIEP, ela contou que entrou no curso de teatro ainda criança mesmo sem a pretensão de ser atriz. “O curso oferecia para os alunos uma bolsa de 50 reais, eu dava esse dinheiro para a minha mãe comprar as coisas de casa. Foi a partir desse curso que eu comecei a descobrir que eu queria ser jornalista, conheci um de verdade no teatro. A cultura na escola fez muita diferença para mim e acho que pode fazer também para a nossa juventude que quer muito sonhar, mas não pode”, resumiu.
O debate aberto entre a sociedade civil e os candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro é produzido através de uma parceria entre a Casa Fluminense, Fundação Cidadania Inteligente e mais 20 organizações sociais cariocas. No último encontro, Renata Souza também respondeu perguntas sobre saúde, saneamento básico, transporte, habitação e arrecadação tributária. O debate completo está disponível no Facebook e no YouTube da Casa Fluminense.