Um mapa de iniciativas populares de combate ao avanço da COVID-19 é a nova iniciativa do EmpoderaLAB em parceria com a Rede Interação e a Poupança Comunitária de Pernambuco e a Rede Interação. Juntas, as entidades desenvolveram um site que reúne ações organizadas nas favelas da Região Metropolitana do Recife com o objetivo de visibilizar as ações de prevenção e conscientização sobre a saúde pública. O projeto quer fortalecer e facilitar as ações para possíveis colaboradores e financiadores.
Já no ar, o site disponibiliza um estudo com geolocalização das iniciativas e os contatos de cada um dos responsáveis. Durante a produção do levantamento e construção do site, o EmpoderaLAB – um laboratório de inovação social das favelas fundado em 2020 para a garantia de participação social de pessoas negras e faveladas nos processos decisórios – afirma que mais de trinta organizações que atuam no combate contra o novo coronavírus foram inscritas e já tem seus dados veiculados ao portal.
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“A favela é um expoente e historicamente tem desenvolvido soluções, estratégias e instrumentos inovadores de resistência. Apesar disso, a maneira como as políticas públicas são construídas e executadas ignoram o conhecimento popular e a vivência periférica. Nesse sentido, os projetos desenvolvidos pelo Empodera buscam dar protagonismo ao favelado e colocá-lo nos processos de tomadas de decisão”, respondem, em entrevista à Alma Preta Jornalismo, os coordenadores executivos do projeto, Zé Victor e Lídia Lins.
Os gestores declaram ainda que não sabe quem seria melhor do que os próprios moradores de favelas, que lidam diariamente com os problemas socioeconômicos, para dizerem o que deve ou não ser prioridade ou de que forma deve ser construída a política pública. Para eles, o projeto ajuda a valorizar e reconhecer aqueles que lutam para manter a favela viva e alimentada, contrapondo a necropolítica genocida do Estado.
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PERFIS E DADOS
O EmpoderaLAB contabilizou que mais de 60% das organizações cadastradas, até o momento, são de iniciativa comunitária, 70% das ações aconteceram com recursos externos, através de editais e doações de outras ONGs e Fundos nacionais e internacionais.
De acordo com o projeto, pessoas de baixa renda, mulheres e populações negras foram os principais públicos alvo das iniciativas, sendo o perfil para quem a maior parte das ações foram direcionadas. “Tudo isso fala muito sobre como o povo está se articulando e combinando de não morrer, tal qual a frase de Conceição Evaristo”, finalizam os coordenadores.
Para conferir a iniciativa, acesse: iniciativascidadascontraocovidpe.com/
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