O Ministério da Igualdade Racial (MIR) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) inauguraram, na quinta-feira (28), a Afroteca Curumim, no Campus Tapajós, em Santarém. Este é o primeiro de seis espaços que serão implementados no Pará.
Segundo nota do ministério, o projeto recebeu um investimento de R$ 695.310,00 e contempla municípios como Belterra, Monte Alegre, Alenquer e Oriximiná, sendo que quatro das Afrotecas estarão em territórios quilombolas.
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A Afroteca Curumim atenderá, em média, 300 mães estudantes, majoritariamente negras, quilombolas e indígenas, que correspondem a cerca de 80% das matrículas de mães na Ufopa. A inauguração contou com a presença da secretária de Ações Afirmativas, Combate e Superação do Racismo do MIR, Márcia Lima, da reitora da Ufopa, Aldenize Xavier, e do professor Luiz de França, que falarão com a imprensa às 14h45.
Além de proporcionar suporte educacional, a Afroteca busca fortalecer a identidade cultural e histórica dessas mães e seus filhos por meio de práticas antirracistas e de valorização das raízes afro-brasileiras.
Tecnologia educacional inovadora com base na Lei 10.639/2003
Concebidas pelo Grupo de Pesquisa em Literatura, História e Cultura Africana, Afro-brasileira, Afro-amazônica e Quilombola (Afroliq), as Afrotecas são um modelo educacional inovador vinculado ao curso de Licenciatura em Letras do Instituto de Ciências da Educação (Iced) da Ufopa. Esses espaços são projetados para promover a valorização das raízes negras, a construção de uma educação antirracista e a representatividade racial no ambiente acadêmico.
As Afrotecas seguem os preceitos da Lei 10.639/2003, que torna obrigatória a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira no currículo escolar. Entre seus objetivos, estão a promoção de materiais didáticos que reforcem a representatividade racial e a criação de atividades lúdicas e educativas que incentivem o pertencimento cultural das comunidades atendidas.
Os municípios contemplados estão localizados em áreas de significativa relevância para comunidades quilombolas e indígenas, reforçando a importância de iniciativas como as Afrotecas para a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo estrutural. Além de oferecer infraestrutura educacional, o projeto visa ampliar o acesso ao conhecimento e fomentar o debate sobre cultura e história afrodescendente na Amazônia.