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Kimani lança videoclipe de ‘Ora Iê’ como prece e saudação à ancestralidade

A cantora é um dos nomes mais comentados nos palcos de slam e a faixa abre os caminhos para nova fase da artista, além de antecipar seu primeiro EP solo, com lançamento previsto para setembro

Texto: Redação | Imagem: Sérgio Silva

A cantora Kimani aparece em uma área de mata, vestida com uma roupa branca

A cantora Kimani aparece em uma área de mata, vestida com uma roupa branca

— Sessão de fotos da Kimani para lançamento do disco Fé Refeita. Data: 08/05/2021. Local: Itupeva-SP. Foto: Sérgio Silva.

23 de junho de 2021

Ora Iê é a prece de agradecimento da artista Kimani em seu novo EP intitulado “Fé Refeita”. Totalmente autoral, a obra completa está prevista para setembro deste ano e foi produzida pelo Selo Musical Mandril Audio. Como em um ritual de passagem poeta-musicista, a cantora que é um dos nomes mais comentados nos palcos de slam  lançou o videoclipe da canção neste mês.

A faixa com clima intimista é protagonizado pela base de percussão e atabaques, celebrando e reverenciando Oxum, Orisá que representa a força das águas doces, em forma de agradecimento, prece e saudação à ancestralidade.

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“Você pode ser militante, da luta, do fronte e, ainda assim, ter fé, entender que se é parte do universo e a importância de cultuar os povos que nos amparam e protegem. Sentindo que se é um instrumento do povo que você descende e você tem uma missão para com ele e consigo também. Esse trabalho é o apelo de uma mulher que enxerga suas vulnerabilidades, suas dores, todo o contexto de perdas, instabilidade e desamparo que nosso país tem vivido. Então, se eu puder fazer uma música que traga o mínimo de conforto e esperança para os nossos, eu vou fazer. Ora Iê é minha oração em tempos de seca”, destaca Kimani.

Para acompanhar esse lançamento, um videoclipe dirigido por Johnny Bolzan traz cenas, em uma zona de preservação ambiental, carregadas de simbolismos. Gravado no interior de São Paulo, em Itupeva, o projeto escolhe cachoeiras, estrada, árvores e mata para refletir sobre missão, existência, espiritualidade, ancestralidade e tudo aquilo que Kimani sente e vê, apontando para um lugar de acalanto. Nas religiões de matriz Africana que celebram Oxum, o culto a esta Orixá é realizado em lugares com água abundante – uma vez que Osun é considerada a rainha das águas doces.

Além de “Ora Iê”, Kimani deve lançar mais uma faixa do disco e um documentário, antes do lançamento do EP completo. Assista ao videoclipe:

Kimani, vulgo escolhido pela poeta e cantora Cinthya, para competir nos campeonatos de slam – batalhas de poesia falada – que significa menina dócil. Nascida no extremo sul de São Paulo, filha de pai interiorano de SP e mãe baiana, ela garantiu a mais cobiçada vaga nesta modalidade de poesia falada: La coupe du monde de slam.

O Slam fez de Kimani uma referência na poesia marginal. Emite em seus versos uma mensagem poderosa que estava presa há muito tempo e vem conquistando ouvidos atentos muito afora. Ela fez do Slam um espaço ainda maior do que o de uma batalha de versos; trouxe verdades que precisavam ser ditas e ouvidas: as mulheres pretas não estão nada satisfeitas com o papel que a branquitude lhe impôs e assim resolveram escrever tudo de novo, com o próprio punho.

Foi por meio da poesia e é também por meio da música que Kimani tem escrito sua trajetória. Os palcos do SLAM já não cabem mais à Kimani e o spoiler diz que os palcos da música serão seu próximo território conquistado pela menina vinda do Grajaú.

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