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Antônio Francisco, pai de Marielle, critica comparação de Bolsonaro: “totalmente equivocada”

26 de abril de 2020

Pai da ex-vereadora assassinada também disse que todos podem ser investigados, independente da posição que ocupam e da família ao qual pertencem

Texto / Pedro Borges I Imagem / Guilherme Cunha/Alerj

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Antonio Francisco, aposentado e pai de Marielle Franco, demonstrou descontentamento com os posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro, no dia 24 de abril, em coletiva de imprensa em Brasília.

“A fala do Presidente da República foi totalmente equivocada, querendo comparar o assassinato covarde contra minha filha Marielle Franco que até hoje não foi totalmente esclarecido e o suposto atentado por ele sofrido na campanha presidencial”, afirmou Antonio Francisco.

Bolsonaro disse, na tarde do dia 24 de abril, que “a PF de Sergio Moro se preocupou mais com a Marielle do que com seu chefe supremo”, ao citar um dos motivos para exonerar o agora ex-diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A exoneração, concretizada durante o período da manhã de sexta-feira, resultou no pedido de demissão de Sérgio Moro do ministério.

Na fala, o presidente compara seu atentado a faca cometido por Adélio Bispo em agosto de 2018, durante a campanha presidencial, na cidade de Juiz de Fora (MG), ao assassinato a tiros da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes, em março do mesmo ano, no Rio de Janeiro.

Antonio Francisco acredita que todas as pessoas podem ser investigadas pelos crimes cometidos, como forma de criticar a suposta interferência de Bolsonaro no trabalho da Polícia Federal. “Todo brasileiro, independente do cargo que ocupe e de que família faça parte, tem que ser responsabilizado por todo e qualquer ato que venha a participar direto ou indiretamente. Nenhum brasileiro está acima da lei as instituições”.

Ele ainda completa que a democracia é um bem necessário e que precisa ser defendida nesse momento. “Democracia acima de tudo, direitos humanos para todos”, afirma.

O pronunciamento do presidente foi uma resposta à demissão de Moro. Mais cedo, o então juiz da Operação Lava Jato acusou Bolsonaro de interferir na escolha do delegado responsável pela Polícia Federal e de querer obter informações sobre investigações em curso na PF e no STF (Supremo Tribunal Federal).

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