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Bolsonaro mente ao dizer na ONU ter pago 1 mil de dólares em auxílio-emergencial

22 de setembro de 2020

Caso o valor mencionado pelo presidente estivesse correto, cada família teria recebido em média 5.420 reais por mês

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Adriano Machado

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O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) discursou na abertura da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na manhã desta terça-feira (22) e elogiou a forma como seu governo tem conduzido a pandemia da Covid-19, o novo coronavírus. Apesar de o país estar em terceiro lugar em número de mortos no mundo, com mais de 137 mil óbitos, Bolsonaro disse que o Brasil está “vencendo a pandemia” e mentiu ao dizer que concedeu auxílio-emergencial de cerca de “1 mil dólares para 65 milhões de famílias”.

Conforme publicado pela Revista Fórum, o valor de hoje do dólar é de R$ 5,42. Se o valor afirmado por Bolsonaro no discurso fosse real, cada família brasileira que solicitou o auxílio emergencial e recebeu, teria ganho em média R$ 5.420 por mês.

Bolsonaro não afirmou se o valor de 1 mil de dólares era mensal ou total, no entanto, mesmo que todos os beneficiários tivessem recebido R$ 1.200 por mês (e só aproximadamente 20% receberam isso), o valor total pago em quatro meses seria de R$ 4.800. A média total dos pagamentos não ultrapassa sequer 500 dólares.

Renda básica

No início da pandemia, a equipe econômica de Jair Bolsonaro, chefiada pelo ministro Paulo Guedes, anunciou que o valor do auxílio emergencial seria de R$ 200. Após mobilização da oposição, o valor aprovado no Congresso Nacional foi de R$ 600.

Passados seis meses desde o início da pandemia, o governo anunciou que o valor de R$ 600 será cortado pela metade e as famílias já beneficiadas receberão R$ 300 até dezembro. Diante do anúncio, cerca de 300 organizações da sociedade civil lançaram a campanha #600AtéDezembro, que consiste em um abaixo-assinado. O objetivo é pressionar o Congresso Nacional a votar e alterar a Medida Provisória (MP) 1000/20, permitindo a manutenção do valor de R$ 600 mensais do benefício, e de R$ 1200 para mães chefes de família, sem qualquer alteração nos demais programas sociais do governo.

“Em todo o mundo a pandemia foi mais um momento de concentração de renda e no Brasil, onde a desigualdade é astronômica, as consequências foram ainda mais perversas, empurrando milhares de brasileiros para a fome e a pobreza”, destaca Paola Carvalho, diretora de relações institucionais da Rede Brasileira de Renda Básica, que integra o movimento Renda Básica Que Queremos.

Pelas regras de tramitação, a MP passa a valer no momento de sua publicação, e tem até 120 dias para ser votada. Ou seja, se a medida não for apreciada no Congresso, os R$ 300 vão continuar valendo até dezembro. Como no dia 30 de setembro terminam os pagamentos das parcelas desse mês, é precisamos que até lá já tenha sido restabelecido o valor de R$ 600 reais do benefício.

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