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Boulos quer modelo de segurança pública que seja ‘exemplo para a esquerda’

Candidato do PSOL para a prefeitura de São Paulo participou de uma sabatina com jornalistas de canais de mídia independente; ele demonstrou confiança para a reta final de campanha
O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) fala durante sabatina com imprensa independente na capital paulista, em 27 de setembro de 2024

Foto: Leandro Paiva/Divulgação

27 de setembro de 2024

Guilherme Boulos, deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, destacou a necessidade de construção de um projeto político de esquerda e antirracista para a segurança pública. “Vamos construir com a Guarda Civil Metropolitana um método de policiamento cidadão, de respeito aos direitos humanos, que quem sabe possa ser um exemplo para a esquerda”, afirmou em sabatina com jornalistas de mídias independentes na tarde desta sexta-feira (27), em São Paulo.

O candidato foi questionado pela Alma Preta sobre o plano de segurança pública para a cidade e como pretende desenvolver uma política alinhada aos direitos humanos. No plano, Boulos apresenta a proposta de dobrar o efetivo da GCM, com o aumento dos atuais sete mil funcionários para cerca de 15 mil trabalhadores para a segurança da cidade. Outro aspecto sinalizado foi sobre o comitê de propostas para segurança, que contou com a participação de Alexandre Gasparian, coronel da reserva que chefiou a Rota por sete meses durante a gestão de Geraldo Alckmin, entre fevereiro e setembro de 2015, conforme publicado pelo UOL.

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Boulos afirmou que o grupo de segurança pública foi liderado por Benedito Mariano, antigo ouvidor das polícias do estado de SP, e que Gasparian sempre teve uma relação de respeito com os movimentos sociais, em particular durante as manifestações do MTST, movimento social da área da moradia com ligação ao psolista. Ele também afirmou que, em encontro com Gasparian, ouviu do policial o desejo de construir uma política de segurança pública comprometida com os direitos humanos e o antirracismo.

“E para a senhora que foi roubada cinco horas da manhã no Capão Redondo, o único discurso que chega é o da direita. E se a gente não construir um discurso que pare em pé, eficiente, e que resolva o problema dela, e que ao mesmo tempo não seja racista, violento, olho por olho, dente por dente, a gente fica muito na defensiva, como ficamos nos últimos anos”, afirmou.

O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) fala durante sabatina com imprensa independente na capital paulista, em 27 de setembro de 2024
O candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) fala durante sabatina com imprensa independente na capital paulista, em 27 de setembro de 2024 (Leandro Paiva/Divulgação)

O deputado federal ainda apresenta no plano de governo o “Pacto Municipal de Enfrentamento à Violência contra a Juventude Negra”, um plano para “combater a violência institucional e estrutural contra a juventude negra a partir de programas de cultura, lazer, esporte, formação profissional e empreendedorismo com foco nas regiões periféricas, além de monitorar e prevenir violações de direitos humanos”.

Para além da iniciativa de colocar câmera corporal em todos os guardas da cidade, o candidato propõe a mudança da formação dos guardas para que exista uma maior abordagem sobre os direitos humanos, com inclusão de discussões sobre o antirracismo.

Todas as propostas foram construídas com a participação de especialistas e movimentos sociais, frisou o candidato. “A nossa política de segurança pública contou com a participação de lideranças do movimento negro”. 

Reta final da campanha

Boulos se mostrou confiante sobre a reta final da campanha eleitoral, marcada para o dia 6 de outubro, domingo. Ele afirma que há uma expectativa de crescimento nas periferias nos últimos dias. “A gente tem crescido no voto popular muito mais”, afirmou.

Boulos ainda tratou das projeções de votos, inclusive da variação de cenários de alguns institutos. Pesquisa DataFolha divulgada no dia 26 de setembro, quinta-feira, aponta Guilherme Boulos na segunda colocação, com 25% das intenções de voto. O atual prefeito da cidade, Ricardo Nunes (MDB), apareceu com 27% das intenções, contra 21% de Pablo Marçal (PRTB). A Atlas, divulgada na segunda-feira, dia 23 de setembro, mostrou Boulos com 28,3%, Marçal e Nunes com 20,9%.

“O voto de esquerda é o voto de chegada”, destacou, sentado ao lado de Rui Falcão, antigo presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e integrante da campanha de Boulos.

O psolista também acredita que no segundo turno haverá uma disputa mais igual contra um candidato de direita. Ele afirma que haverá o mesmo tempo de televisão para os adversários, o que não ocorre no primeiro turno, com o maior tempo para Ricardo Nunes.

Outro aspecto destacado é o tamanho da coligação de direita de Ricardo Nunes, que o permitiu tem uma maior quantidade de vereadores como candidatos, pessoas que também pedem votos para os candidatos à prefeitura. Boulos recorda que esses agentes políticos participam menos em um segundo turno, mais um elemento para tornar a disputa equilibrada, segundo o psolista.

  • Pedro Borges

    Pedro Borges é cofundador, editor-chefe da Alma Preta. Formado pela UNESP, Pedro Borges compôs a equipe do Profissão Repórter e é co-autor do livro "AI-5 50 ANOS - Ainda não terminou de acabar", vencedor do Prêmio Jabuti em 2020 na categoria Artes.

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