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Caso Renato Freitas: parlamentar tem oito dias para apresentar a defesa final

Acusado de quebra de decoro após uma manifestação que adentrou a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Freitas prestou depoimento na última segunda-feira (11)

Foto: Imagem: Divulgação

13 de abril de 2022

O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT-PR) tem até quinta-feira (21) para apresentar sua defesa final ano processo que pede a cassação de seu mandato. O parlamentar prestou depoimento ao Conselho de Ética. Ele é acusado de quebra de decoro por participar de um ato dentro de uma igreja na capital paranaense.

Na oitiva, que aconteceu na segunda-feira (11), o parlamentar reiterou o direito constitucional à livre manifestação e disse que não houve “invasão” ao templo. Durante o processo foram ouvidas, ao todo, 30 testemunhas de defesa, dentre elas, o padre Júlio Lancelotti e o filósofo Sílvio de Almeida. Os depoimentos seguiram em sigilo, exceto o de Freitas. Agora, o vereador tem 10 dias para apresentar a defesa final.

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Durante a oitiva, os vereadores se detiveram a perguntas que se repetiram. Eles queriam saber, por exemplo, se Renato liderou o grupo que adentrou a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos durante protesto em homenagem por justiça aos assassinatos de Moïse Kabagambe e Durval Teófilo Filho. Segundo eles, houve intolerância religiosa e o crime constitucional de “impedir rituais religiosos e litúrgicos”.

O ato foi composto por mais de 200 pessoas, de pelo menos sete organizações diferentes que se manifestaram no dia 5 de fevereiro. Renato Freitas afirmou que não comandou o ato, apenas fez o uso da palavra durante a manifestação. “Foi algo espontâneo, eu não sabia precisar quem comandou a manifestação, provavelmente foram as pessoas que estavam por mais tempo ali no microfone do lado de fora, chamando, organizando as palavras”, disse o parlamentar. 

O Conselho exibiu uma série de filmagens que mostravam desconforto, tanto do padre Luiz Haaz, que celebrava a missa no momento da manifestação, quanto de fiéis. Antes de adentrar a Igreja, parte do grupo entoa o grito de “racista” quando são interpelados pelo sacerdote. Além disso, em um dos vídeos o padre diz que o grupo está errado ao se manifestar no horário da missa. ” Nenhum grupo até hoje atrapalhou a nossa missa, somente este”, afirmou o pároco.

Freitas reiterou que não violou o templo e nem coagiu o padre e os fiéis. De acordo com o vereador, o horário da missa ser no mesmo momento do ato foi “uma mera coincidência” e a celebração, segundo ele, já havia acabado quando os manifestantes entraram na igreja.

“Nós marcamos às 5 horas da tarde, no centro antigo de Curitiba, mais precisamente no Largo da Ordem em frente à Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos pelo simbolismo dessa igreja em relação a nossa ancestralidade e a cultura negra curitibana”, alegou o depoente.

A Câmara Municipal de Curitiba aceitou cinco representações contra Freitas, que podem levá-lo a perder o mandato. Não há uma data para a deliberação sobre os pedidos de cassação. Sobre isso, Renato declarou publicamente que são “mentirosos” aqueles que se utilizam de falcatruas para persegui-lo. Segundo ele, tentaram cassar o seu mandato logo no início quando ele se posicionou contra um médico,convidado por parlamentares, que defendia o uso de ivermectina para o tratamento precoce da Convid-19. 

“Nem por isso foram eles processados ou caçados,  mas tentam inescrupulosamente caçar o meu mandato, se escondendo novamente sob mentiras, dessa vez em maior número e com a ajuda da mídia”, reiterou o vereador.

Leia mais: Renato Freitas e a luta para manter um mandato eleito democraticamente

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