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Covid-19: Ministério da Saúde divulgará dados de infectados por raça/cor

10 de abril de 2020

Movimento negro protocolou pedido no Ministério da Saúde no dia 8 de abril; Dados nos EUA mostram que a maior parte dos atingidos pela Covid-19 são negros

Texto / Pedro Borges e Juca Guimarães I ImagemSandro Barros / PMO

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A partir do dia 10 de abril, o Ministério da Saúde divulgará os dados dos infectados e mortos pela Covid-19 também com os indicadores de raça/cor. O pedido veio do Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

O grupo também pressiona o Ministério da Saúde para que os dados apresentem os indicadores de infecção e morte da doença por bairro nos municípios. As propostas buscam um perfil sócio-racial mais detalhado sobre os impactos da pandemia no Brasil.

No dia 8 de abril, a Coalizão Negra por Direitos, grupo que reúne mais de 150 entidades do movimento antirracista, protocolaram pedidos no Ministério da Saúde e em secretarias estaduais de saúde para que os dados venham desmembrados pelos quesitos raça/cor.

O pedido realizado pela Coalizão, respaldado pela Lei de Acesso à Informação (LAI) de 2011, é baseado na realidade de outros países, principalmente os Estados Unidos, onde a população negra é a mais atingida pelo Covid-19. Segundo a organização, o cenário brasileiro deve ser o mesmo do país norte-americano, uma vez que a população negra e moradora das periferias é a que menos possui acesso à saúde de qualidade.

De acordo com informações do Ministério da Saúde, quase 80% dos usuários do SUS no Brasil são negros.

O vírus pode ser fatal para quem tem diabetes, asma ou hipertensão. Estas são doenças crônicas pelas quais a população negra está mais vulnerável. De acordo com o relatório de Política Nacional de Saúde da População Negra lançado em 2017 pelo Ministério da Saúde, por exemplo, a hipertensão é mais alta entre os homens e tende ser mais complicada em negros, de ambos os sexos.

Por sua vez, a diabetes atinge com mais frequência os homens negros, 9% a mais que os homens brancos, e as mulheres negras, em torno de 50% a mais do que as mulheres brancas.

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