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Deputado faz denúncia após ser xingado de ‘macaco’ por defender leitos para o tratamento do coronavírus

17 de abril de 2020

Parlamentar Valmir Assunção (PT-BA) abriu uma ação criminal e cível contra a autora do crime

Texto: Claudia Alexandre | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução

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O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) acionou a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil da Bahia após ser alvo de ofensas racistas por defender a implantação de 20 leitos para o tratamento do Covid-19, o novo coronavírus, na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Regional de Itamaraju, município do extremo sul do estado.

O parlamentar abriu uma ação criminal e uma cível contra uma comerciante que, por discordar de seu posicionamento, o xingou de “macaco”, entre outras ofensas. “Pretendo levar este processo até às últimas consequências. Enquanto defensor da política racial, não posso achar que é um crime menor. Ela cometeu um crime e eu vou trabalhar todos os dias para que a justiça seja feita”, afirma.

Valmir Assunção está entre os deputados federais mais bem avaliados no portal Atlas Político. Durante sua trajetória política, liderou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, atuou como secretário estadual de Desenvolvimento e Combate à Pobreza da Bahia e esteve à frente da construção do Estatuto da Igualdade Racial da Bahia.

“Eu sou um parlamentar negro e o racismo independe disso. Não estou livre de ser vítima dele. Já sofri racismo na Câmara Federal, no avião, no restaurante. Mas sabemos que a grande questão é sempre se você vai denunciar ou não. Se você faz com que a pessoa que comete racismo pague ou não. Se você faz com que se cumpra a lei”, salienta.

A ofensa racial ocorreu por meio de áudios enviados em um grupo do WhatsApp na sexta-feira (10). O áudio repercutiu após compartilhamento de outros comerciantes nas redes sociais. Além de “macaco”, a autora do crime teria chamado o deputado de “nariz de chapoca”, “vagabundo” e “horroroso”.

As ações judiciais serão conduzidas pelo advogado paulista Dr Hédio Silva Jr, conhecido por sua atuação nos dois maiores processos de racismo religioso de 2019. Ele defendeu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de liberdade de culto, no caso do abate religioso por religiões de matriz africana, e no Direito de Resposta contra a TV Record, pela veiculação de conteúdo ofensivo e intolerante na programação evangélica da emissora do bispo Edir Macedo.

Para o advogado, os áudios compartilhados não deixam dúvidas sobre os crimes cometidos. “A mensagem é cristalina, inequívoca, induvidosa e teve alcance incomensurável visto que veiculada por redes sociais, daí porque constitui prova robusta e irrefutável do crime de racismo”, explica.

“Vamos ingressar com representação criminal, junto ao delegado de Polícia que está conduzindo e acompanhando o inquérito. Em um segundo momento, atuaremos como assistentes da acusação, contribuindo e reforçando a atuação do Ministério Público, para que a delinquente seja condenada com todo o rigor da lei”, conclui.

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