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Assessora exonerada do Ministério da Igualdade Racial é atacada nas redes sociais

Marcelle Decothé foi exonerada após fazer uma publicação no Instagram com comentários inadequados sobre os torcedores do SPFC

Texto: Nataly Simões e Fernando Assunção | Foto: Reprodução

Imagem mostra fachada do Ministério da Igualdade Racial na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF).

Foto: Foto: Reprodução

27 de setembro de 2023

A ex-chefe da Assessoria Especial do Ministério da Igualdade Racial tem sido alvo de uma onda de ataques de cunho preconceituoso nas redes sociais desde o anúncio de sua exoneração do cargo. A demissão da assessora foi anunciada nesta terça-feira (26) após a repercussão de uma postagem feita por Marcelle Decothé nos Stories do Instagram, no último domingo (24), que mostrava a torcida do São Paulo Futebol Clube (SPFC) com a legenda: “Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste”.

Torcedores do time ficaram ofendidos com a publicação, mas mesmo após a demissão da assessora, a conta dela no X (antigo Twitter) tem sido alvo de uma enxurrada de comentários gordofóbicos e pejorativos sobre sua aparência física. 

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“Estranha, esquisita. Se olha no espelho primeiro pra mexer com a torcida do São Paulo. Tá comprando uma briga que só te a perder”, escreveu um homem, por exemplo. “Essa é a famosa 16 toneladas”, disse outro homem.

Entenda o caso

Em nota divulgada nas redes sociais sobre a exoneração de Marcelle Decothé, o MIR afirma que “as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos” da pasta. 

“Recém-instalado pelo ministério, o Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização (…) vai investigar o caso e atuar para prevenir ocorrências que contrariem os princípios norteadores da missão do ministério”, completa o comunicado.

O registro publicado por Marcelle, que se declara como flamenguista, foi feito no estádio Morumbi, durante partida do time paulista contra o Flamengo no final da Copa do Brasil. A assessora estava no local para acompanhar a ministra Anielle, que participou de uma ação do governo federal contra o racismo em parceria com a CBF.

Após a repercussão do caso, o presidente do SPFC, Julio Casares, comentou o episódio. “Algo que vai contra todas as nossas crenças. Em pouco mais de dois anos e meio de gestão, tivemos sempre uma preocupação com a igualdade. Nosso lema é, e sempre será, de que o São Paulo Futebol Clube é de todos, sem haver discriminação de raça, gênero, social ou de qualquer forma”, escreveu Casares, no Instagram.

Na mesma postagem, o presidente do SPFC contou que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, entrou em contato com ele e pediu desculpas pelo ocorrido. “Hoje pela manhã, a Ministra da Igualdade Racial no Brasil, Anielle Franco, em contato telefônico, pediu desculpas pelo ocorrido e explicou que medidas serão tomadas”, afirmou Casares.

Mestre em Políticas Públicas em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), antes de ser nomeada assessora do MIR, Marcelle Decothé já atuava no campo de pesquisa, trabalho e ativismo nos temas de raça, direitos humanos e justiça social. Ela também é gestora de Programas no Isntituto Marielle Franco, fundado pela família da vereadora assassinada em 2018.

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