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Cores da identidade: desafios e complexidades do colorismo

Dentro dessa ampla paleta de tons de pele, indivíduos com coloração mais clara frequentemente enfrentam uma encruzilhada, onde são desconsiderados nos espectros racialmente definidos
Imagem mostra parte do rosto de pessoas negras de diferentes tons de pele.

Foto: Getty Images via BBC

19 de dezembro de 2023

Por: Felipe Ruffino*

A complexidade da identidade racial ganha contornos distintos no cenário do colorismo, um fenômeno que desafia as tradicionais categorias de negros e brancos. Dentro dessa ampla paleta de tons de pele, indivíduos com coloração mais clara frequentemente enfrentam uma encruzilhada, onde são desconsiderados nos espectros racialmente definidos. Este artigo se propõe a explorar as nuances da miscigenação e do racismo que permeiam a experiência dessas pessoas.

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Enquanto a sociedade muitas vezes busca enquadrar as pessoas em rígidas categorias raciais, a realidade é que a miscigenação resultou em uma diversidade extraordinária de tons de pele. Para aqueles com pigmentação mais clara, a experiência pode ser paradoxal, uma vez que não se encaixam plenamente nas categorias convencionais de negros ou brancos. Isso levanta questionamentos profundos sobre identidade e pertencimento.

A sociedade, em seu anseio por categorizações simplificadas, muitas vezes subestima a complexidade da miscigenação. Aqueles com tons de pele mais claros podem se sentir desconfortáveis em um mundo que insiste em rotulá-los de forma binária. Essa ambiguidade racial pode resultar em uma sensação de alienação, enquanto enfrentam perguntas como: “Qual é a sua verdadeira identidade?” ou “De qual lado você está?”.

O colorismo não apenas revela a diversidade dentro da comunidade negra como também destaca a falácia das dicotomias raciais. O racismo que os indivíduos com pele mais clara enfrentam é muitas vezes diferente, mas não menos impactante. A invalidação de sua identidade e a pressão para se encaixar em moldes estreitos perpetuam estereótipos e desafiam a noção de que a experiência racial é uniforme.

À medida que a sociedade se esforça para desmantelar estruturas de racismo, é imperativo que reconheçamos as experiências daqueles que se encontram no espectro mais claro da diversidade racial. Desafiar as noções preconcebidas e desconstruir estereótipos é uma tarefa coletiva. Somente ao reconhecer e respeitar a complexidade do colorismo poderemos verdadeiramente aspirar a uma sociedade mais inclusiva e justa, onde a identidade seja celebrada em toda a sua riqueza e diversidade.

* Felipe Ruffino é jornalista, pós graduado em Assessoria de Imprensa e Gestão da Comunicação, possui a agência Ruffino Assessoria e ativista racial, onde aborda pautas relacionada à comunidade negra em suas redes sociais @ruffinoficial.

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