O aplicativo AfroSaúde surgiu da ideia de dois jovens negros, os sócios fundadores da plataforma, Arthur Lima, dentista, e Igor Léo Rocha, jornalista. Criado em 2019, o app tem o intuito de contribuir com a qualidade no atendimento direcionado à população negra, além de aumentar a visibilidade de profissionais negros.
“Esse portal é uma solução tecnológica. A ideia do aplicativo é unir pacientes em busca desse atendimento qualificado, considerando que a identificação é um fator de peso maior. E, com essa nova versão lançada, existem duas modalidades de atendimento, sendo online e presencial nas variadas especialidades de atendimento”, conta Chris Sacramento, diretora de comunicação da startup AfroSaúde.
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A plataforma reúne mais de mil usuários em todo o Brasil, o maior número deles nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, e conta com cerca de 900 profissionais cadastrados.
“Soube do AfroSaúde por indicação da minha irmã. E, até o momento, tive uma experiência incrível. O aplicativo não apresenta falhas. Além disso, ele traz algo importante que é facilitar o acesso a profissionais de saúde negros. Considerado o déficit dos serviços tradicionais de saúde, é necessário a criação de plataformas que dê essa visibilidade aos profissionais negros”, afirma Keven Ruan dos Santos, estudante de psicologia e usuário do aplicativo.
O serviço disponibiliza uma plataforma completa que funciona como um consultório digital, com uma agenda que possibilita acesso ao prontuário eletrônico, atendimento online e telemedicina, receituário com assinatura digital, pagamentos automatizados e outras funcionalidades.
“Nós precisamos de mais ferramentas como essa. Tenho para mim que a maior satisfação ao fazer uso do aplicativo é ele dialogar com as minhas convicções sociais, sobre meus estudos raciais. É muito importante consumirmos de todos os modos os trabalhos de profissionais negros. E, infelizmente, lutamos contra o racismo estrutural. A manutenção dessa visibilidade de profissionais negros vem através do acesso e da busca por referências negras”, completa o estudante de psicologia.
Reconhecimento
“É importante mencionar o reconhecimento do público, que compreende assim como nós, que a saúde da população negra é específica e passiva de um olhar humanizado. A expectativa é que nos tornemos um grande hub de tecnologia em saúde. Focado em desenvolver soluções para a população negra”, afirma o jornalista Igor Léo Rocha, sócio fundador e CEO da startup.
Pensando em aproximar pacientes e servidores da saúde, os sócios-fundadores buscam pela inserção de profissionais de diversas áreas que tenham cuidado com os pacientes e considerem suas subjetividades. Igor ainda fala sobre as violências envoltas a população negra.
“Pretendemos impactar este público que, de acordo com os dados, sofre com os efeitos mais perversos do racismo na área da saúde, como violência obstétrica, altos índices de suicídio e problemas relacionados a saúde mental”, reitera o CEO do aplicativo.
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Expansão
Após os dois primeiros anos inseridos ao mercado de tecnologia, a AfroSaúde lança um produto com foco em crescimento que, apesar de estar em fase inicial e experimental, a healthtec chama a atenção de empresas como a Google. O aplicativo já recebeu um investimento por meio do programa Google for Startups e da Qintess, aceleradora da indústria de Tecnologia da Informação e um dos principais players em transformação de negócios da América Latina.
Outro processo de aceleração pelo qual a empresa já havia passado foi a iniciativa da Vale do Dendê, sediada em Salvador, que atua no ecossistema do Nordeste.