Ariela Nascimento, assessora parlamentar da vereadora de Niterói Benny Briolly (PSOL-RJ), foi agredida na madrugada deste domingo (5) com chutes e golpes de madeira, na saída de um bar em Cabo Frio, no Rio de Janeiro.
Segundo os relatos de Ariela, que se identifica como uma mulher trans, ela foi espancada por cinco homens na saída do estabelecimento. Momentos antes, um dos homens teria feito piadas de cunho transfóbico contra ela e seu namorado, Bruno Henrique, que também é transexual.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Após o ocorrido, a assessora buscou atendimento médico, prestou queixa e fez o exame de corpo delito. “Meu corpo todo está com marcas profundas, meu rosto não é mais o mesmo e estou com medo do que pode acontecer com os golpes que eu tomei que chegaram a acertar meu silicone industrial que tenho nos seios, espero que haja justiça”, disse Ariela.
[ALERTA: A imagem a seguir contém traços de violência explícita]
A violência não terminou no estabelecimento. Ao se dirigir ao hospital, a assessora relatou que foi confrontada “com mais transfobia”. De acordo com ela, uma de suas amigas que estava dando suporte sofreu desrespeito por parte da equipe do ambulatório ao lado de seu namorado.
“Angel que veio me dar suporte em conjunto com o centro de cidadania e a superintendência do município foi tratada com desrespeito e negligência pela equipe médica, que se recusou a fornecer as informações necessárias para que ela pudesse prestar queixa juntamente a mim e denunciar o ocorrido, e ainda foi agredida junto ao meu namorado por um segurança do hospital enquanto tentava encontrar meios de me ajudar a conseguir justiça para situação toda”, denunciou.
Benny Briolly também lamentou a violência que ocorreu três dias após a Justiça do Rio de Janeiro ter condenado o deputado estadual Rodrigo Amorim (União Brasil) por transfobia contra ela. O caso ficou marcado como a primeira condenação por violência política de gênero no Brasil.
“Um absurdo toda a violação de direitos e agressões brutais direcionados ao seu corpo. Não descansaremos até que o ódio e a violência deixarem de mirar como alvo prioritário o corpo das pessoas trans. É inaceitável! Inadmissível”, expressou a parlamentar nas redes sociais.
De acordo com Benny, a equipe de seu mandato prestou todo suporte necessário à Ariela. “Tomaremos todas as medidas cabíveis para que todos sejam responsabilizados”, disse. A Polícia Civil investiga a situação e realiza diligências no local do crime.