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Ex-aluno da FGV que chamou colega de ‘escravo’ é condenado a pagar indenização de R$ 120 mil

Gustavo Metropolo não pode mais recorrer nas esferas cível e criminal e também foi condenado a pagar multa ao estado; o caso ocorreu em 2017
Rosto do aluno Gustavo Metropolo da FGV que chamou estudante negro de ‘escravo’.

Foto: Reprodução/Redes Sociais

9 de setembro de 2024

Conforme informações do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert), as justiças criminal e cível impuseram uma condenação definitiva ao ex-aluno branco da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Gustavo Metropolo, pelo crime de racismo, após ele ter se referido a um colega negro como “escravo” em um grupo de WhatsApp. O réu não pode mais recorrer na Justiça, pois se esgotaram os recursos criminal e cível.

A vítima, o estudante João Gilberto Pereira Lima, estava no segundo semestre do curso de administração pública quando denunciou o crime de racismo, ocorrido em um grupo de WhatsApp, em 6 de setembro de 2017. A mensagem, enviada pelo colega Gustavo Metropolo, na época com 19 anos, dizia: “Achei esse escravo aqui no fumódromo! Quem for o dono avisa”.

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As condenações cível e administrativa resultaram em multas que Metropolo ainda deverá pagar. A soma total de indenização é no valor de R$ 120.977,34. O réu e a vítima não são mais alunos da Fundação Getúlio Vargas.

Segundo documentos coletados pelo Ceert, representante legal de João no processo, além das condenações criminal e cível, julgadas em 2019, Metropolo será obrigado a indenizar o estado de São Paulo na esfera administrativa.  Este processo está em andamento na Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, e ainda há um recurso do réu pendente de análise somente neste quesito. 

Já na esfera criminal, a pena imposta em 2019 foi de dois anos de reclusão e uma multa. Contudo, o réu não foi e nem será encarcerado mesmo após a finalização de todo o processo agora em 2024, pois a Justiça permitiu que a pena de prisão fosse substituída por serviços comunitários, como noticiado à época pela Alma Preta.

  • Caroline Nunes

    Jornalista, pós-graduada em Linguística, com MBA em Comunicação e Marketing. Candomblecista, membro da diretoria de ONG que protege mulheres caiçaras, escreve sobre violência de gênero, religiões de matriz africana e comportamento.

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