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Instituto projeta criação de faculdade focada no pensamento racial brasileiro

9 de julho de 2020

A instituição de ensino, com previsão de inauguração para 2023, será para formação de nível superior em educação antirracista e feminismo negro; instituição que coordena o projeto oferece em julho cursos especiais sobre essa temática

Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Roberto Oliveira/ADUFS

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O  Coletivo Di Jeje, Instituto de Pesquisa sobre Questões Étnico Racial e de Gênero, atua como uma plataforma de ensino a distância com foco em educação antirracista e feminismo negro do Brasil. Com mais de 8 mil pessoas formadas, em 2020 o coletivo iniciou o projeto de uma faculdade com essa temática. A inauguração está prevista para junho de 2023.

“O racismo no Brasil só vai ser superado se tivermos uma distribuição justa das riquezas produzidas e uma educação que forme a partir da diversidade”, afirma a professora e psicanalista Jaque Conceição, fundadora da plataforma.

Jaque Conceição, 34 anos, é uma mulher negra da periferia de São Paulo, mestre em Educação, História, Política e Sociedade pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Jaque lembra que no período que cursou o mestrado na PUC-SP, entre 2012 e 2014, passou por várias situações de racismo:  “Lembro-me de um dia que eu entrei no elevador e estava com um copo de café na mão. Uma mulher branca colocou uma bolinha de papel dentro do meu copo e falou: ‘Minha querida, joga fora para mim, por favor’. Para aquela mulher, a única forma de uma mulher negra estar no elevador de uma das principais universidades brasileiras, seria trabalhando na limpeza, jamais como uma aluna ou professora”, recorda.

Situações como essa inspiraram a pedagoga a criar em 2014 a plataforma de ensino a distância especializada em educação antirracista e feminismo negro brasileiro. Com cursos focados em pensadores contemporâneos como Ângela Davis e Conceição Evaristo, o Di Jeje tem construído ao longo dos seis últimos anos um local para desenvolvimento psicopedagógico a preço acessível.

O espaço, sediado em Florianópolis, se chama Casa Preta, e abriga cursos e encontros de formação sobre às temáticas que o Coletivo Di Jeje vem formulando desde 2014. O local é um espaço de formação para professores, estudantes, pesquisadores, ativistas e pessoas interessadas em discutir e a pensar sobre essas questões. A Faculdade Casa Preta vai oferecer formação de nível superior focada no pensamento racial brasileiro e às questões emergentes do feminismo negro.

Neste mês, o Coletivo Di Jeje tem uma programação especial em comemoração ao aniversário do Movimento Negro Unificado (MNU) no Brasil, que foi no dia 7 de julho, e ao 25 de Julho, data em que se comemora o Dia das Mulheres Negras, Latino-americanas e Caribenha e Dia de Tereza de Benguela. A programação inclui 12 cursos por um preço único. As inscrições estão abertas no site do instituto.

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