Single do álbum da cantora previsto para 2021 faz uma comparação entre a violência dos anos 60 e a falta de liberdade de expressão nos dias atuais
Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Fridas Comunica e Fotógrafa
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O sentimento de repetição da história, com fortes doses de violências contra o povo negro, é uma presença sufocante na música “Meia Quatro” da rapper Priscilla Fenics. A faixa conta com participação de Suh Menezes e produção do músico BeiLLi.
Para a cantora, a repressão sofrida pela população negra, entre 1964 e 1985, foi esquecida nos livros, filmes e documentários sobre a ditadura militar. Na visão poética dela, há muitas semelhanças entre o Brasil de hoje e o que foi encoberto.
O single lançado nas principais plataformas de música, incluindo o lyrics video (animação com a letra) no YouTube, pergunta: “quem vai tapar os buracos das balas?”
Em um trecho da letra, a rapper destaca uma lembrança que ecoa uma cena ainda presente. “Estratagema, pulsos pretos, antes correntes, hoje algemas. Alguém geme, é a nossa gente nos porões do DOPs. Tortura, porrada, tontura. Na carne, a navalha. A voz que se cala. Tirem as crianças da sala”.
Segundo Fenics, a canção expõe a fragilidade da política brasileira e a constante ameaça ou perda de direitos conquistados por movimentos sociais. Meia Quatro é uma das faixas do álbum chamado #arbocaura, que a cantora deve lançar em abril de 2021.
Confira o vídeo de “Meia Quatro”: