A defesa da parlamentar reuniu em um dossiê xingamentos como “raça imunda”, “traveco” e “cabelo desse serve pra tirar ferrugem de ferro” feitos nas redes sociais
Texto: Redação | Edição: Nataly Simões | Imagem: Divulgação
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A mais nova vereadora de São Paulo e a primeira mulher transexual eleita para o cargo na cidade, Erika Hilton (PSOL), anunciou que vai protocolar hoje (6) um processo contra 50 autores de ameaças racistas e transfóbicas feitas contra sua honra nas redes sociais. A defesa da parlamentar reuniu em um dossiê xingamentos como “raça imunda”, “traveco” e “cabelo desse serve pra tirar ferrugem de ferro”.
A ação pede ao Facebook, Instagram e Twitter dados dos perfis autores das ofensas para que eles sejam condenados a pagar uma indenização de aproximadamente R$ 10 mil por danos morais.
Segundo Erika, toda indenização será revertida para pagar os custos de cartório para a retificação do nome e gênero de travestis e pessoas trans em situação de vulnerabilidade. A gratuidade desse tipo de ação ainda não é prevista em lei.
“Quando uma mulher negra e travesti passa a ocupar uma função pública de prestígio, ataques em redes sociais são utilizados como tática de intimidação”, diz o processo, representado pelo escritório Claro e Serrano.
Com 50.508 votos na eleição de 2020, Erika Hilton foi a vereadora mais votada da capital paulista e do Brasil. Ela tomou posse em 1º de janeiro e prometeu fazer um mandato voltado para os direitos das populações negras, periféricas e LGBTs.