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Tia Ciata, a matriarca do samba carioca no Brasil

Ciata foi uma das principais responsáveis pela preservação da cultura, música e religião no país
Imagem em preto e branco mostra a Tia Ciata.

Foto: Reprodução

20 de dezembro de 2023

Em 1854, na cidade de Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo baiano, nascia Hilária Batista de Almeida, mais conhecida como Tia Ciata, uma das principais responsáveis pelo fortalecimento do samba na cidade do Rio de Janeiro.

Aos 22 anos mudou-se para o Rio de Janeiro, junto com outros milhares de baianos. Casou-se com João Baptista da Silva, um funcionário público, com quem teve 14 filhos.  

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Assim como a maioria das baianas da época, Tia Ciata era uma quituteira e vendia seus doces na Rua Sete de Setembro, sempre vestida de baiana. 

Mãe de santo respeitada, foi confirmada como Ciata de Oxum, no terreiro de João Alabá, onde aconteciam grandes festas para orixás, Cosme e Damião e Nossa Senhora da Conceição, mas também, era por lá que aconteciam as rodas de samba miudinho, forma de sambar com os pés juntos, na qual Tia Ciata dominava.

A Praça Onze, era um lugar de encontro de negros baianos e ex-escravizados radicados nos morros próximos do centro. A região ficou conhecida como “Pequena África“, um reino que seguia a religião, a arte e a culinária da Mãe África, do qual Tia Ciata foi rainha. 

A casa da Tia Ciata foi o berço do samba carioca e abriu espaço para a reunião de músicos amadores e compositores anônimos como Pixinguinha, Donga, Heitor dos Prazeres, João da Baiana, Sinhô e Mauro de Almeida. Assim, nascia o samba carioca.

A música “Pelo Telefone”, foi o primeiro samba registrado, no final de 1916, e virou sucesso no carnaval do ano seguinte. Segundo registros históricos, a música foi composta na casa de Ciata, que pode ter sido uma das compositoras da canção

Diante de uma realidade racista, Tia Ciata representa o que existe da arte criativa e revolucionária que inseriu mulheres negras em um lugar de destaque. 

Tia Ciata morreu em 1924, antes dos desfiles das grandes escolas começarem, mas vive em cada baiana que entra na avenida, já que a ala das baianas é obrigatória e deve ter no mínimo 70 componentes. 

Em 1935, o então prefeito do Rio de Janeiro legalizou as escolas de samba e oficializou os desfiles de rua, sem horário nem percurso fixo, o que foi importante para a propagação do samba pelas ruas da cidade.

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  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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