O Conselho Constitucional do Senegal cancelou o decreto do presidente Macky Sall que determinava o adiamento da eleição presidencial de 25 de fevereiro para 15 de dezembro.
O adiamento proposto pelo presidente e o parlamento provocou confrontos e protestos no país, que vive uma de suas piores crises políticas. Pelo menos três pessoas morreram em meio à confusão generalizada.
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Os membros do conselho avaliaram que o decreto adotado pelo parlamento para adiar a votação é inconstitucional e convidou os candidatos e autoridades competentes a realizar a eleição o mais rápido possível. A expectativa é de que o pleito ocorra ainda no primeiro semestre.
Sall está no poder desde 2012 e adiou a votação alegando falta de qualificação de potenciais candidatos a ocupar o cargo. O parlamento aprovou o adiamento solicitado pelo presidente após as forças de segurança entrarem no edifício e retirarem os legisladores que se opuseram à proposta.
A votação abriu caminho para que Sall — cujo mandato expira em abril — permaneça no cargo até a posse de um sucessor. Porém, repentinamente, o chefe de Estado decidiu que não será candidato a um terceiro mandato. A oposição denunciou o caso como um “golpe institucional”.
A população de Dakar, capital de Senegal, celebrou a nova decisão. “É bom que o Conselho Constitucional tenha tomado a decisão que tomou, pelo menos estamos a meio caminho da solução certa”, disse Mamadou Caba em entrevista à Agence France-Presse (AFP).