O Ministério de Relações Exteriores da Alemanha convocou o embaixador da Turquia em Berlim para prestar explicações sobre a celebração utilizada pelo zagueiro turco Merih Demiral nas oitavas de final contra a Áustria na Eurocopa. Durante a partida no estádio alemão, o jogador fez um gesto relacionado a um grupo de extrema-direita.
Na comemoração do seu segundo gol, Demiral imitou uma cabeça de um lobo com os dedos, simbologia conhecida como “saudação ao lobo”, ligada ao grupo ultra-nacionalista da Turquia “Lobos Cinzentos”.
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Criados em 1968, os “Lobos Cinzentos” são uma entidade política com envolvimento em casos de violência e terrorismo. O grupo possui relações com o antissemitismo e racismo, sendo proibido na França e na Áustria.
A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, utilizou seu perfil em rede social para repreender o ocorrido.
“Os símbolos dos extremistas de direita turcos não têm lugar nos nossos estádios. Utilizar o Campeonato Europeu de Futebol como plataforma para o racismo é totalmente inaceitável. Esperamos que a UEFA investigue o caso e considere sanções”, comentou Faeser em publicação no X (antigo Twitter).
Die Symbole türkischer Rechtsextremisten haben in unseren Stadien nichts zu suchen. Die Fußball-Europameisterschaft als Plattform für Rassismus zu nutzen, ist völlig inakzeptabel. Wir erwarten, dass die UEFA den Fall untersucht und Sanktionen prüft.https://t.co/65yoSUAAQJ
— Nancy Faeser (@NancyFaeser) July 3, 2024
A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) anunciou a abertura de um inquérito, na última quarta-feira (3), para apurar a atitude do jogador. “Foi aberta uma investigação de acordo com o Artigo 31 (4) do Regulamento Disciplinar da Uefa em relação ao alegado comportamento inadequado do jogador da Federação Turca de Futebol, Merih Demiral”, comentou a entidade em nota.
Em resposta, o porta-voz do partido do presidente turco, Omer Çelik, considerou a investigação e os comentários das autoridades alemãs como “inaceitáveis”.
“Seria apropriado que aqueles que procuram o racismo e o fascismo se concentrassem nos recentes resultados eleitorais em diferentes países da Europa”, declarou Çelik em postagem.