O Comando de Policiamento da Capital da Polícia Militar vai investigar a denúncia de André Cavaleiro, líder comunitário da Central Única das Favelas (Cufa) no Alto Vera Cruz, em Belo Horizonte, que contou ter sido agredido com soco, spray de pimenta e cassetete durante uma abordagem no domingo (3), segundo o G1.
Em repúdio ao ocorrido, a Cufa emitiu uma nota oficial, em que afirma que “a conduta destes policiais não condiz com agentes públicos responsáveis pela preservação da segurança e da vida”.
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Em entrevista ao G1, André relatou que não havia motivo nenhum para que os policiais militares considerassem ele suspeito. “Estávamos na rua fazendo um churrasco, comemorando a vitória do nosso time quando as viaturas chegaram. Havia crianças brincando e as pessoas estavam se divertindo”, afirmou a vítima.
O líder comunitário ainda denunciou que ficou virado para a parede, mas quando mudou de posição, o agente policial desferiu um soco na região abdominal. Além disso, André conta que também recebeu spray de pimenta no rosto. Depois disso, as agressões com o cassetete começaram, levando a vítima ao desmaio.
“Queremos também cobrar punição aos agressores por parte das autoridades competentes, a fim de que a violência sofrida por um dos nossos não fique impune e, sobretudo, não venha se repetir”, diz a nota da Cufa.
Segundo relatos da vítima em entrevista ao Jornal Nacional, os agentes o levaram até a UPA Leste, onde ele passou por exames. De lá, ele foi encaminhado para a Deplan 1, local em que ficou preso numa cela enquanto os policiais militares registraram a ocorrência, e depois foi liberado por um agente. “Esse tratamento covarde não deve ser dado a nenhum cidadão”, diz a nota da Cufa.
Ao G1, o departamento de Polícia Civil disse que lavrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por resistência e desobediência e que André foi submetido a exame de corpo delito.
Para repercutir as informações, a Alma Preta Jornalismo entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. Em resposta, o órgão afirmou que, no estado, “as forças policiais são independentes”. A PM-MG também foi contatada. Até o momento desta publicação, não houve resposta. Caso o órgão se manifeste, a matéria será atualizada.
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