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São Paulo lidera ranking de poluição do ar com nível de umidade semelhante ao Saara

A capital paulista se juntou a Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC) na lista de cidades brasileiras com o pior índice de qualidade do ar
Imagem do pôr-do-sol com tempo seco e qualidade do ar “muito ruim”, na cidade de São Paulo.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

10 de setembro de 2024

Na última segunda-feira (9), a capital paulista atingiu o pior índice de qualidade e umidade do ar, liderando o ranking mundial de metrópoles mais poluídas do mundo da IQAir, plataforma da Suíça que reúne informações sobre os níveis de poluição do ar nos países.

O site registrou em 160 o índice de qualidade do ar em São Paulo, colocando a região paulistana na frente de Déli (Índia), Doha (Catar) e Jacarta (Indonésia). Em 2023, o país esteve na 83º posição da lista, com uma média de 52. Outras regiões apresentaram índices superiores. No estado rondoniense, Porto Velho marcou a média de 229 na plataforma e Rio Branco, no Acre, pontuou 187. 

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Hoje (10), a média da capital paulista caiu dois pontos, mas segue liderando a listagem. Dessa vez, com o índice de 158 e seguido por Kinshasa (República Democrática do Congo), Jerusalém (Israel) e, novamente, Jacarta. 

De acordo com o boletim divulgado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), dez das 22 estações de monitoramento instaladas no município indicavam qualidade do ar “muito ruim”. As outras dez atingiram o “ruim” e somente duas estações indicavam a qualidade “moderada”.

Além das grandes quedas em relação à qualidade e pureza do ar, os marcadores de umidade relativa do ar também apresentaram condições preocupantes em todo o Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), quase 200 municípios registraram umidade menor ou igual à de desertos. 

Os piores índices foram identificados no Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás e São Paulo. No domingo (8), nove cidades apresentaram um percentual de umidade menor que 10%, são elas Coxim (MS), Sonora (MS), Alto Araguaia (MT), Aragarças (GO), Caiapônia (GO), Cuiabá (MT), Barretos (SP), Costa Rica (MS) e Nhumirim (MS).

Para fins de comparação, o deserto do Saara, no norte do continente africano, tem uma umidade máxima de 20%. Já o deserto do Atacama, no Chile, possui apenas 5% a mais de umidade do que os percentuais registrados pelas cidades brasileiras.

Além da preocupação com a saúde, a situação acende um alerta para a possibilidade de novas queimadas. Com previsão de queda crítica na umidade relativa do ar, a Defesa Civil de São Paulo renovou o aviso de risco elevado para incêndios em todo o estado. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), a expectativa é que os índices permaneçam abaixo de 20% nos próximos dias.

Neste cenário, as recomendações para a saúde incluem evitar atividades físicas ao ar livre entre 11 e 18 horas, proteger-se do sol e manter ambientes internos úmidos através de borrifadores, vaporizadores, toalhas molhadas e recipientes com água. Também é de extrema importância manter-se bem hidratado, principalmente crianças e idosos.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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