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Documentário celebra 50 anos de arte do Mestre Zuza de Tracunhaém

Filme explora a vida e obra do artista, que já teve sua habilidade com o manuseio do barro comparada ao trabalho mundial de Pablo Picasso
Mestre Zuza, ceramista.

Foto: Salatiel Cicero

11 de julho de 2024

José Edvaldo Batista, o Mestre Zuza, de 65 anos, natural da cidade de Tracunhaém, na Zona da Mata Norte de Pernambuco lança nesta sexta-feira (12) dentro da programação da Fenearte, maior feira de artesanato da América Latina, um documentário especial em comemoração aos seus 50 anos de vida como artesão.

Intitulado “Mestre Zuza 50 anos: do artesanato  utilitário ao  figurativo”,  o documentário explora a vida e obra do artista, que já teve sua habilidade com o manuseio do barro comparada ao trabalho mundial de Pablo Ruiz Picasso – pintor espanhol, escultor e ceramista, em razão da sua capacidade de imprimir a realidade social em suas peças.

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Famoso ceramista brasileiro, o Mestre Zuza de Tracunhaém nasceu em 18 de Setembro de 1958. Filho de pais e 11 irmãos artesãos, ele iniciou sua vida no artesanato ainda na infância,  criando peças utilitárias, como pratos, panelas e brinquedos para crianças, entre outros objetos. Tudo era vendido em feiras livres da região canavieira e nos mercados públicos da capital pernambucana.

Das vendas de seus artesanatos, o artista conseguiu, ainda na adolescência, pagar sua escola particular  e, também, comprar roupas, calçados e alimentos. Possui formação universitária em História do Brasil, pela Universidade de Pernambuco (UPE); e pós-graduação na mesma área pelo Centro Universitário da Vitória de Santo Antão (UNIVISA).

Anos mais tarde,  migrou para o artesanato figurativo, criando uma variedades de santos que retratam a cultura, expressão e fé do povo do nordeste. Atualmente,  é considerado um dos maiores santeiros do País. Seus trabalhos podem ser encontrados em várias regiões do Brasil e em mais de cem países  do exterior, como Londres, Alemanha, Paris, Itália, Roma, Síria, Canadá, Chile, Portugal e Austrália. 

Ao longo das últimas cinco décadas, Mestre Zuza teve sua vida artística marcada por muito aprendizado, desafios e conquistas. Entre as suas realizações está o título de Patrimônio Vivo Municipal de sua cidade. Em 2022, venceu na segunda colocação no 1º Salão de Arte Popular Religiosa, promovido pela Fenearte.Já em 2024, recebeu, da Universidade de Pernambuco (UPE), a comenda de Mestre Notório Saber Popular. Além disso, já formou mais de 5 mil crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, por meio de projetos parceiros, editais públicos e instituições culturais públicas e privadas, em várias regiões de Pernambuco.

Para o produtor cultural, jornalista e diretor do documentário, Salatiel Cícero, o filme é uma maneira de manter vivo o legado do Mestre Zuza, mas, também um convite para que  as novas gerações conheçam e valorizem a cultura brasileira. “Esperamos que este documentário inspire as pessoas a valorizar nossas raízes e a reconhecer a importância da arte popular na construção  da nossa identidade cultural”, destacou. 

A exibição biográfica, que conta com recurso da Língua Brasileira de Sinais (Libras),  será realizada no espaço Janete Costa, instalado dentro do Centro de Convenções, em Olinda, a partir das 17h. A mostra é destinada aos turistas, visitantes e comerciantes que participam da feira. Os ingressos, que variam de R$ 6 a R$ 16, podem ser adquiridos de forma antecipada online.

O público também vai poder acompanhar o documentário, ainda em julho, na página do Mestre Zuza no YouTube.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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